“Não tardaram em desviar-se do caminho que lhes tracei”, diz o Senhor a Moisés no livro do Êxodo.
Sim, o povo na sua impaciência, enquanto espera junto ao monte santo, desvia-se de Deus e cria um deus feito de metal fundido.
Como o jovem da história de Jesus, na sua impaciência para sair da casa paterna, pede a herança que lhe pertence para a desbaratar “numa vida dissoluta”.
Como a humanidade, tantas vezes, desvia-se do caminho de salvação, de um Deus que no Seu Amor os acompanha e conduz.
Como nós, tantas vezes, na impaciência da urgência da vida desbaratamos a herança recebida, os dons que nos foram confiados, a vida que nos foi dada. E caímos na privação e na ausência de dignidade do pecado.
A constante nesta história é a do amor de Deus, que não castiga, mas na sua misericórdia, espera o regresso do povo. De braços abertos, correndo ao seu encontro, espera o regresso do filho perdido, pronto a lhe dar nova dignidade e de novo a vida.
“Porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado”, diz tantas vezes o Senhor, na sua misericórdia.
Como recorda São Paulo, na sua carta a Timóteo: “mas alcancei misericórdia”.
Porque em Deus podemos alcançar essa misericórdia, essa alegria do que estava perdido e foi reencontrado, do que estava sem vida, mas alcançou a vida sem fim.