Sinais da Palavra

24º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Por: Pe. Nuno Azevedo

“Se vivemos, vivemos para o Senhor, e se morremos, morremos para o Senhor”, diz-nos São Paulo na sua carta aos cristãos de Roma.

Não é apenas uma frase bonita de dizer. É a total consciência de que vivemos para o Senhor, esta vida, e ao morrer, também a Ele pertencemos, esperando da sua misericórdia a eternidade.

A misericórdia de Deus recordada no livro de Ben-Sirá, convidando a vencer “o rancor e a ira” que “são coisas detestáveis”. E lembrava: “perdoa a ofensa do teu próximo e, quando o pedires, as tuas ofensas serão perdoadas”.

Ao jeito do que o Senhor nos ensinou a rezar, quando dizemos: “perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

Porque o Senhor, clemente e compassivo, “não nos tratou segundo os nossos pecados,

nem nos castigou segundo as nossas culpas”, como nos lembra o salmo.

Jesus, no evangelho, continuará a insistir nesta misericórdia, que vai além das intenções ou de uma ideia bonita, mas, como recordará a história que nos conta, tem de ser uma realidade que recebemos, mas também damos de todo o coração.

À pergunta de Pedro, que já lhe parecia tão generosa, a de perdoar até sete vezes, Jesus contrapõe o tão conhecido setenta vezes sete, ou seja, sempre. E complementa-o com a história do homem perdoado de uma grande dívida, mas incapaz de perdoar uma pequena dívida a um companheiro.

E adverte: “assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração”.


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