“Não é bom que o homem esteja só”, disse o Senhor Deus, no livro do Génesis.
Porque o homem não foi criado para a solidão, mas para a relação, para a verdadeira união expressa na conclusão: “por isso, o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne”.
Uma união só possível no amor. O amor que lhe dá sentido e torna esta relação única e fundamental. Primeiro o homem não encontra esta especificidade em todos os seres vivos a quem dá o nome. Mas diante da mulher, sente e exclama: “Esta é realmente osso dos meus ossos e carne da minha carne. Chamar-se-á mulher, porque foi tirada do homem”.
Também Jesus, respondendo a uma questão sobre a lei dada por Moisés para o certificado de divórcio, vai lembrar estas mesmas palavras e concluir: “deste modo, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu”.
E ainda que, tal como aos discípulos, estas palavras continuem difíceis de entender, Jesus insiste na força desta união que brota do amor, não das leis que saem “da dureza do vosso coração”.
E procure-se entender melhor as palavras de Jesus, no evangelho: “quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele”, procurando a simplicidade e humildade que dão verdadeiro acolhimento a tão grande boa nova.
A Epístola aos Hebreus recorda que era necessário que Jesus “experimentasse a morte em proveito de todos”. E conclui: “convinha, na verdade, que Deus, origem e fim de todas as coisas, querendo conduzir muitos filhos para a sua glória, levasse à glória perfeita, pelo sofrimento, o Autor da salvação”.