Sinais da Palavra

27.º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Por: Pe. Nuno Azevedo

Ao “até quando, Senhor, chamarei por Vós e não me ouvis? Até quando clamarei contra a violência e não me enviais a salvação?”, tantas vezes pensado e sentido, Deus contrapõe o “se parece demorar, deves esperá-la, porque ela há de vir e não tardará”, que nos desconcerta, na profecia de Habacuc.

Primeiro, porque pensamos as coisas no “nosso tempo”, no nosso ritmo. Quase nunca pensamos em termos de eternidade. Quase nunca sabemos esperar esta salvação. Porque ainda hoje é tão mais fácil olhar a injustiça dos nossos dias, da qual tantas vezes fazemos parte, do que esperar com certeza essa mesma justiça, do que esperar essa salvação confiadamente.

Segundo, porque humanamente nos parece pouco esta ideia de uma retribuição eterna. Porque olhamos, quase sem acreditar, como são os injustos, os violentos, os que usam de tantas artimanhas os que parecem “singrar”, os que mais alcançam. E dentro de nós surge esta insatisfação que grita: “até quando, Senhor?”.

E, também nós pedimos: “aumenta a nossa fé”, como os Apóstolos. E também nós pedimos ao Senhor sinais para continuar a acreditar, para não desanimar perante este cenário injusto.

Ouçamos os conselhos de São Paulo a Timóteo, também para nós hoje: “não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor”, “sofre comigo pelo Evangelho, confiando no poder de Deus”, “guarda a boa doutrina que nos foi confiada”.

Como servos, façamos “o que devíamos fazer”, vivamos a nossa vida, esperando muito mais na justiça de Deus.


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