Sinais da Palavra

28.º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Por: Pe. Nuno Azevedo

Agradecer.

Como hoje nos parece tão estranha esta palavra, na sua essência natural, na sua verdade, que não apenas o cumprimento de uma obrigação.

Como hoje falamos tanto de direitos, até no nosso acreditar, que esquecemos a gratuidade e o amor com que somos tratados, com que somos amados como filhos.

E prendemos, até a nossa vida, a estes direitos. Não que eles não sejam verdade, mas como compreender o “dar de graça” a que Jesus nos convida, se o aprisionamos no direito adquirido?

São Paulo recorda-nos que “a palavra de Deus não está encadeada”. Que ela nos liberta, nos conduz à vida. E por isso, como o apóstolo, também nós recordamos: “se morremos com Cristo, também com Ele viveremos; se sofremos com Cristo, também com Ele reinaremos”.

Mais do que pensar na ingratidão dos 9 israelitas curados por Jesus da lepra, em contraste com a humilde gratidão do samaritano que voltou para agradecer, afirmemos que esta salvação é para todos, para todos os povos, como recorda o salmo, como recorda a cura do sírio Naamã pelo profeta Eliseu. É para todos nós.

E saibamos agradecer. Reaprender a agradecer, até na nossa oração, fazendo dela encontro com Deus, mais do que a nossa lista habitual de pedidos. Reaprender a agradecer, de verdade, no nosso dia a dia. Até para aqueles que nos rodeiam, que não o esperam, mas a quem sabe tão bem esse agradecimento, como deveria saber a nós mesmos. Agradecer a Deus por tudo, até pela vida.

Afinal, também é para nós, assim o esperamos, “a tua fé te salvou”.


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