Sinais da Palavra

2º Domingo da Quaresma – Ano A

Por: Pe Nuno Azevedo

Para encontrar a luz, para sentir a presença reconfortante e apaziguadora de Jesus transfigurado, é necessário desinstalar-se, não ficar acomodado, mas partir tantas vezes sem saber para onde, como Abraão, ou estar preparado para subir ao monte, buscando o mais alto em nós, como Pedro, Tiago e João.

E sentir a esperança que nos vem desse rosto cheio de luz, cheio de vida sem fim, que Jesus nos mostra, nos dá a conhecer, até ao ponto de dizermos como Pedro: «Senhor, como é bom estarmos aqui!».

E procurar cumprir o convite da voz do Pai, do meio da nuvem luminosa, o convite a escutar o Filho muito amado, a fazer da escuta da sua Palavra, força que nos é dada nas caminhadas da vida, alimento, como nos era lembrado na semana passada.

Mas, não podemos ficar no cimo do monte, nem ficar sempre a olhar para o rosto transfigurado de Cristo. Porque é necessário descer para a vida, para o caminho da Cruz, dando força e transfigurando o nosso próprio rosto e o daqueles que connosco caminham. Porque é necessário caminhar, com essa mesma luz e força no coração, mas caminhar pelas missões que nos são dadas na vida.

Ainda que para isso seja necessário, como lembrava São Paulo a Timóteo, sofrer «pelo Evangelho, apoiado na força de Deus». Mas um sofrer que se faz luz, porque Cristo «destruiu a morte e fez brilhar a vida e a imortalidade».

Nuno Azevedo


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