“Eu hoje devo ficar em tua casa”, dizia Jesus a Zaqueu, que curioso O olhava do alto do sicómoro a que tinha subido.
“Eu hoje devo ficar em tua casa”, no teu coração, na tua vida, diz-nos o Senhor, nós que também O procuramos, nós que também queremos sentir a grandeza desse amor que nos transforma, ainda que sem palavras de condenação ou recriminação. Uma transformação concreta da vida, como Zaqueu. Porque também “hoje entrou a salvação nesta casa”. Porque o Senhor continua a “procurar e salvar o que estava perdido”.
Como lembrava o livro da Sabedoria: “a todos perdoais, porque tudo é vosso, Senhor, que amais a vida”. Porque este amor com que somos amados é de misericórdia, de um convite constante à conversão. E a pensarmos, na nossa pequenez, como “o mundo inteiro é como um grão de areia na balança, como a gota de orvalho que de manhã cai sobre a terra”. E ainda assim somos amados, com este amor tão grande, de um Deus que “é bom para com todos e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas”, como lembra o salmo.
E que vivamos sem alarmismos, esperando o Senhor com confiança e tranquilidade, como lembrava São Paulo os tessalonicenses: “não vos deixeis abalar facilmente nem alarmar por qualquer manifestação profética, por palavras ou por cartas, que se digam vir de nós, pretendendo que o dia do Senhor está iminente”.