Sinais da Palavra

5.º Domingo da Quaresma – Ano C

Por: Pe. Nuno Azevedo

Saibamos esperar verdadeiramente essa nova realidade de que profetizava Isaías, afirmando as palavras do Senhor: “vou realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer; não a vedes?”

Que a saibamos ver, na esperança. Que saibamos ver e esperar essas maravilhas que o Senhor fez “em favor do seu povo”.

Não se põe em causa a culpabilidade da mulher adúltera apresentada a Jesus. Não se duvida do seu erro, reconhecido e comprovado em flagrante. Mas podem-se questionar as motivações dos que a levam a Jesus. Como se podem questionar as motivações dos nossos juízos, dos julgamentos em praça pública que ainda hoje fazemos.

Como nos podem questionar as palavras de Jesus: “quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra”. Preocupados em condenar, nem sequer colocamos a questão das nossas próprias falhas. Vemos a grandeza dos pecados alheios, mas sem conseguir sentir o arrependimento dos nossos próprios pecados, que nos levaria a uma atitude mais misericordiosa, em vez dos habituais “apedrejamentos”.

E envergonhados, afastamo-nos perante essa nova atitude de perdão e de nova vida a que Jesus nos convida, porque não a compreendemos, porque a não pedimos para nós, porque não a queremos sentir. Afastamo-nos, tantas vezes hoje, pesarosos pela falta do espetáculo da condenação alheia, sem ver a maravilha do perdão que também nos toca. Porque, ainda hoje, Jesus diz: “nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar”.

Ouçamos as palavras de São Paulo: “para ganhar a Cristo e n’Ele me encontrar, não com a minha justiça que vem da Lei, mas com a que se recebe pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus e se funda na fé”.

E, como o Apóstolo, que se saiba “esquecendo o que fica para trás, lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta”.


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