Sinais da Palavra

6.º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Por: Pe. Nuno Azevedo

“Bendito quem confia no Senhor e põe no Senhor a sua esperança”.

Uma felicidade sem fim, bem enraizado como a árvore plantada à beira da água, mas que produz os seus frutos, cuja vida não é em vão. Porque espera no Senhor. Porque confia no seu amor.

Mas, se Jeremias nos apresenta assim esta felicidade, recorda também aquele que “confia no homem e põe na carne toda a sua esperança, afastando o seu coração do Senhor”, recordando a aridez de uma vida sem esperança, “que nem percebe quando chega a felicidade”.

Também Jesus no evangelho nos recorda esta dualidade, falando para uma grande multidão que acorria às suas palavras. Se, por um lado proclama a bem-aventurança dos “pobres, porque é vosso o reino de Deus”, dos “que agora tendes fome, porque sereis saciados”, dos “que agora chorais, porque haveis de rir e de todos “quando os homens vos odiarem, quando vos rejeitarem e insultarem e proscreverem o vosso nome como infame, por causa do Filho do homem”, concluindo: “alegrai-vos e exultai nesse dia, porque é grande no Céu a vossa recompensa”, por outro lembra a contradição dos “ricos, porque já recebestes a vossa consolação”, dos “que agora estais saciados, porque haveis de ter fome”, dos “que rides agora, porque haveis de entristecer-vos e chorar e de todos “quando todos os homens vos elogiarem”.

Não fala apenas para essa multidão que o escutava, mas para nós hoje, que tantas vezes fazemos da riqueza, do estar saciados, da alegria sem fundamento e da aceitação e fama por todos as grandes metas a alcançar, esquecendo essa felicidade, essa bem-aventurança que é para todo o sempre.

Porque, como confirmava São Paulo: “Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram”.


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