“O Senhor retribuirá a cada um segundo a sua justiça e fidelidade”, afirmava David depois de ter diante de si a oportunidade da vingança contra Saul, terminando a perseguição que este lhe movia, mas poupando a vida do rei, mostrando uma compaixão e uma nova forma de viver, muito mais corretas e verdadeiras.
Como Jesus ensinava no evangelho: “amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, orai por aqueles que vos injuriam. A quem te bater numa face, apresenta-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, deixa-lhe também a túnica. Dá a todo aquele que te pedir e ao que levar o que é teu, não o reclames. Como quereis que os outros vos façam, fazei-lho vós também”.
Ensinamentos que não ficam nas boas palavras, nas boas intenções, mas que têm de ser a forma de viver que os seus discípulos aceitam e procuram de todo o coração. Difícil, mas caminho do novo amor, dessa nova realidade que ultrapassa a lógica do agir como agem connosco, do “dar o troco” a que tudo parece incitar.
Afinal, sinal de quem espera muito mais. Como Jesus continuava: “então será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, que é bom até para os ingratos e os maus”. Não é apenas o pagar o bem com o bem. É ir muito mais além, sendo “misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso”.
E ensinava-nos atitudes novas concretas: “não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e dar-se-vos-á”. Que bela nova forma de viver.
Tal como lembrava São Paulo: “e assim como trouxemos em nós a imagem do homem terreno, traremos também em nós a imagem do homem celeste”.