Viseu

Hospital de Viseu volta assegurar resposta da via verde coronária nas 24h

“Informamos que a partir do presente dia (9 de novembro) e até ao final do mês de novembro, o Centro Hospitalar Tondela Viseu (CHTV) passará a assegurar a resposta da via verde coronária nas 24h para a população de referência do CHTV, ULSG e CHCB, graças à disponibilidade dos médicos do Laboratório de Hemodinâmica do Serviço de Cardiologia para continuarem a realizar trabalho suplementar para além do legalmente exigido”, anunciou esta tarde de quinta-feira, a Administração do CHTV, em comunicado, acrescentando que se mantém o Plano de Contingência para a cirurgia geral e ortopedia.

A recusa de mais de um milhar de médicos para fazerem mais horas extraordinárias do que as 150 por ano que a lei lhes impõe tem vindo a causar constrangimentos nos serviços de urgências de diversos hospitais do país. No Hospital de Viseu o problema refletiu-se no arranque deste mês de novembro.

A administração do CHTV anunciou ao final do dia de 31 de outubro que a urgência em cirurgia geral e ortopedia do CHTV estaria encerrada à noite, entre as 19h e as 8h30, durante o mês de novembro e a via verde coronária inativa por 12 dias, ativando assim o plano de contingência.

“O CHTV viu-se obrigado a ativar um Plano de Contingência no passado dia 1 de novembro, face à incapacidade de preencher as escalas de serviço noturno das especialidades de cirurgia geral e ortopedia, bem como na via verde coronária”, lembra a administração do CHTV, acrescentando que “no período em que vigorou o Plano de Contingência, a via verde coronária esteve inoperacional durante o dia de sábado, 4 de novembro e no período noturno de terça-feira, dia 7, tendo sido garantido o acesso em tempo útil ao CHUC a todos os doentes que dele necessitassem através de transferência ou encaminhamento pré-hospitalar pelo INEM”.

A nota dá conta ainda que “mantém-se o Plano de Contingência, na medida em que ainda não houve reversão da indisponibilidade dos médicos de cirurgia geral e de ortopedia que possibilite assegurar equipas completas no período noturno”, realçando, no entanto, que “ao contrário do que foi por vezes referido, a Urgência Polivalente do CHTV está aberta à população nas 24 horas, assegurando o atendimento de todos os doentes emergentes, urgentes e não-urgentes”.

“Número residual de transferências de doentes urgentes para o CHUC”

“Não havendo equipas completas de cirurgia geral e ortopedia não é possível garantir a realização de cirurgias no período noturno, o que tem implicado um número muito residual de transferências de doentes urgentes para o CHUC, num valor médio de um doente por dia. Os doentes são avaliados pela equipa fixa do Serviço de Urgência e orientados em articulação com os médicos de Cirurgia geral e Ortopedia que asseguram a Urgência Interna do CHTV e com as equipas de serviço na Urgência do CHUC. Todas as situações de emergência médica com risco de vida serão sempre abordadas em equipa multiprofissional com a participação das diversas especialidades, no estrito respeito dos referenciais ético-deontológicos e cumprindo o dever de auxílio, não havendo nenhuma razão para alarme social”, revelou a administração do CHTV.

“Como é do conhecimento geral, estas roturas assistenciais decorrem de uma manifestação legítima dos médicos portugueses por melhores condições de trabalho e por valorização remuneratória, enquadrando-se num movimento nacional sistémico, cuja reversão não depende da ação do Conselho de Administração, uma vez que as manifestações de indisponibilidade para a prestação de trabalho suplementar são de natureza individual e dependentes da consciência pessoal de cada médico”, pode ainda ler-se no comunicado desta tarde de quinta-feira.

A administração do CHTV faz um apelo à população para que “evite o recurso indevido ao Serviço de Urgência, em especial no período noturno, e que recorra sempre ao número 112 para situações urgentes e ao número SNS 24 (808242424) para situações não urgentes, acolhendo as indicações de encaminhamento que lhe forem fornecidas. Os utentes devem sempre recorrer em primeiro lugar ao seu médico de família para o seguimento das suas situações crónicas ou doenças agudas, evitando a saturação e disfuncionalidade dos serviços de urgência hospitalares”, conclui.

Emília Amaral


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