Ministra da Saúde quer modelo de Urgência Pediátrica Referenciada em Viseu
“Consigo deixar a garantia de que na próxima segunda-feira (27 de maio) vamos analisar um plano que nos vai ser enviado pela Administração, que tem como missão e objetivo garantir que temos um novo modelo de urgência a partir de uma data que será o mais depressa possível. Esperamos que possa ser obviamente durante o mês de junho, essa é a nossa expetativa, estamos todos a trabalhar para isso”, anunciou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, no final de uma reunião de trabalho de mais de três horas, no Hospital de Viseu, com o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Viseu Dão Lafões. Um encontro marcado, para travar o encerramento da Urgência de Pediatria durante a noite, a partir de 1 de junho.
De acordo com a ministra da Saúde, o novo modelo passará pela introdução do modelo de Urgência Referenciada que já está a funcionar em outros hospitais, adaptado à realidade local. “Tivemos uma reunião de trabalho de três horas e meia muito importante porque conseguimos sair desta reunião com um compromisso quer da Administração, quer do próprio Ministério da Saúde – há questões que o próprio Ministério da Saúde vai ter de agilizar – para termos um plano para transformarmos o modelo que hoje temos, que está à vista que não serve, num modelo semelhante a alguns que já temos no país de Urgência Referenciada, sendo que não vai ser exatamente igual a outras urgências carenciadas noutros pontos do país, porque Viseu tem características próprias”, afirmou Ana Paula Martins no final da reunião de trabalho.
A ministra avançou que o novo modelo a apresentar na próxima segunda-feira terá de ser implementado de forma rápida e de “apresentar um plano para que a urgência pediátrica passe a funcionar de outra forma e que ninguém fique sem resposta àquilo que verdadeiramente necessita, àquilo que é grave, àquilo que é agudo e àquilo que vai ter de ser tratado no sítio certo”, embora não se tenha comprometido com a data em que irá começar a funcionar a Urgência Referenciada, deixando isso para a próxima semana.
A Urgência Referenciada é composta por diversos níveis de intervenção antes dos utentes chegaram ao serviço que os vai atender, “desde logo o SNS 24 que é muito importante e que tem de estar muito focado e os seus algoritmos têm de estar muito orientados e sensibilizados para o que são as necessidades desta região ao nível pediátrico, depois os cuidados de saúde primários que têm uma importância absolutamente determinante e, depois, naturalmente aquilo que é mais grave vir à urgência e emergência para poder ser tratado e não ter de ir para outro lado”, explicou.
O Conselho de Administração da ULS Viseu Dão Lafões, anunciou na passada terça-feira, 21 de maio, o encerramento da Urgência de Pediatria do Hospital de Viseu durante a noite, a partir de junho, justificando o Plano de Contingência com a “dificuldades de recursos humanos no Serviço de Pediatria”, concretamente médicos pediatras.
A comunidade mostrou-se indignada com a decisão e foi lançada uma petição pública online que em cerca de 24 horas ultrapassou os 10 mil subscritores. Para dia 1 de junho está marcada uma marcha lenta de protesto entre a Câmara de Viseu e o Hospital São Teotónio. Os promotores já confirmaram que a manifestação vai acontecer mesmo depois da presença da ministra da Saúde em Viseu.
Emília Amaral
