Opinião

Todos nós podemos acabar na rua

O meu amigo Fernando Correia, jornalista e escritor, conta-nos, no livro “E se eu fosse Deus?” (Guerra e Paz), com uma sensibilidade ímpar, a história de Henrique, sem-abrigo de Lisboa, que personifica a vida de tantos homens e tantas mulheres que sobrevivem nas ruas das grandes cidades. “A minha mulher abandonou-me, já lhe contei, na sequência de umas viagens prolongadas que fiz. Não me deu uma explicação plausível. (…) eu tinha quarenta e oito anos. Foi um choque, depois de outro choque. O meu coração cedeu e o meu cérebro, provavelmente, também. Não o nego. A minha firma faliu, tive de entregar a casa ao banco. E, num repente, estava na rua, sem ter para onde ir. Foi dramático, confesso. Terrível. Vergonhoso. Não pelo facto em si, mas porque não consegui reagir.”

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José Carreira | edição impressa JB 02/11/2023


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