Voz do Pastor: Acreditemos no Sínodo…

A realização do Sínodo dos Bispos promove para “quem participa nele, “o processo sinodal que oferece uma oportunidade de encontro na fé que faz crescer o vínculo com o Senhor, a fraternidade entre as pessoas e o amor pela Igreja” (cf.Instrumentum Laboris, nº 17).

A palavra Sínodo quer dizer caminhar juntos e o “Protagonista do próprio Sínodo é o Espírito Santo “(IL, nº 17), que nos guia pelos caminhos do Senhor que são esperança e vida.

O Sínodo dos Bispos foi preparado por uma Vigília de Oração Ecuménica realizada do dia 30 de setembro, com três dias de exercícios espirituais, onde participaram todos os delegados. A Assembleia Sinodal inicia no dia 4 de outubro, festa litúrgica de São Francisco de Assis.

Os participantes vão procurar refletir sobre o Instrumento Laboris, fruto da experiência integral de todas as achegas, que vieram dos diversos grupos da Igreja universal e da fase de reflexão, partilha e discernimento intercontinental. 

O Sínodo pede-nos a todos para viver em “Comunhão, participação e missão”. Três questões prioritárias para a Igreja sinodal e todos os cristãos das nossas comunidades paroquiais, vida consagrada, serviços eclesiais, secretariados, movimentos, obras e grupos de jovens e de crianças e adolescentes em catequese que devem continuar a refletir, meditar e estudar sobre o que significa ser Sínodo. 

“O Povo de Deus está em movimento desde 19 de outubro de 2021, quando o Papa Francisco convocou toda a Igreja para o Sínodo” (Instrumentum Laboris, nº 1).

Roma durante este mês de outubro é o espaço onde se realiza a Assembleia do Sínodo dos Bispos, com o tema da “sinodalidade”, que devemos também refletir na nossa Diocese. Tema atual e cheio de interpelações e desafios para a Igreja em Portugal feitos pelo Papa Francisco na JMJ. Desafio para todos, para os jovens e para a própria essência do cristianismo e vida da Igreja.

No contexto do mês missionário e do rosário os cristãos da Diocese de Viseu em “comunhão e unidade”, são chamados “todos juntos” com todas as comunidades católicas, os fiéis do mundo inteiro e pessoas de boa vontade são convidados a acompanhar os trabalhos sinodais com fé, esperança e caridade, de modo a “participar” com todos os fiéis no grande evento eclesial, a que alguns chamam já de pré-assembleia conciliar.

Vamos unir-nos aos trabalhos gerais desta Assembleia Sinodal dos Bispos com grande espírito de acolhimento, de escuta, de oração, de louvor, de ação de graças e de sacrifício para que a missão a realizar na Igreja e pela Igreja pela ação do Espírito Santo produza muitos e bons frutos.

A conversão pessoal e a renovação da Igreja nas suas comunidades é necessária e fundamental para todos os batizados serem verdadeiros “discípulos missionários” e anunciarem ao mundo de hoje a Boa Nova de Jesus como “Evangelho da Alegria e da Conversão”.

Nós cristãos somos em cada dia do Sínodo chamados a oferecer a nossa vida a Deus como missionários, vocacionados para participar na vida e missão da Igreja em toda a parte,

Queremos juntos centrar o nosso trabalho na Assembleia do Sínodo dos Bispos, na sua reflexão, no estudo, na partilha e no discernimento para “todos juntos” vivermos os desafios que a Igreja nos faz, aqui e agora, neste Sínodo.

Todos na hora atual somos chamados a viver um tempo privilegiado de “Kairós”, de graça em toda a Igreja, num discernimento espiritual realizado por todos os fiéis de modo a que saibamos melhor, de onde vimos, para onde caminhamos, que Igreja somos e que testemunho de Igreja devemos dar no mundo de hoje.

O mundo espera muito da Igreja, principalmente dos jovens, que de modo nenhum os defraudemos com o nosso exemplo e testemunho e tenhamos a alegria e a esperança de os chamar para lhes perguntar que Igreja querem ser, enquanto protagonistas da esperança e da renovação da juventude que a Igreja precisa de viver e mostrar ao mundo.

Os representantes das Conferências Episcopais do mundo inteiro chegaram a Roma acompanhados por teólogos, peritos e um número significativo de mulheres e jovens para juntos refletir sobre a Igreja em si mesma e as respostas que esta deve dar às pessoas do nosso tempo e ao nosso mundo. O mundo indiferente, descristianizado, secularizado e atravessado por tantas situações de miséria, de pobreza, de ódio, de guerra, de divisão, de catástrofes naturais e de inúmeras dificuldades materiais, morais e espirituais continua a chamar por Jesus Cristo Salvador, dizendo: “Vinde Senhor! Vinde salvar-nos!”.

A Igreja como Povo de Deus reunido em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo em Assembleia Sinodal, seja cada vez mais “aqui e agora” uma comunidade reunida no amor que salva, cura e liberta a Humanidade. Entrego à proteção da Senhora do Rosário todos os participantes, nos trabalhos e desafios deste Sínodo dos Bispos e os bons frutos da Semana Nacional da Educação Cristã que vivemos ao longo desta semana nas nossas comunidades.

† António Luciano, 

Bispo de Viseu