Notas Históricas

Em 9 de janeiro de 1921, começou a publicar-se, na cidade de Viseu, o semanário “Jornal da Beira”, como sucessor de “Defesa Social”.

Contudo, Diocese de Viseu tem jornal próprio desde que, em 1 de dezembro de 1901, governando a Diocese D. José Dias Correia de Carvalho (1883/1911), esta entidade adquiriu, por compra, o jornal “A Folha”, ao tempo órgão do Partido Progressista. Este jornal havia surgido, pela primeira vez, em 4 de abril de 1889. A sua sede foi, sucessivamente, em dois prédios da Rua Nova, depois, em Cima de Vila, Rua 5 de Outubro e Rua Nunes de Carvalho.

Depois da mudança de proprietário, o jornal continuou com o mesmo nome, agora sob a direção do insigne jornalista Pe. José de Almeida e Silva, natural da freguesia de Pindo, no concelho de Penalva do Castelo.

Com o advento da República (1910), processo liderado, como é sabido, pelas lojas maçónicas, começaram os dias de Calvário do jornal diocesano. Mas, proibido pelo Governador Civil de Viseu, na semana seguinte surgia nas bancas novo jornal. E nem o assalto à tipografia (própria) e consequente destruição do pobre equipamento o fizeram calar, nem arrefecer o ânimo dos responsáveis. Assim, em 1911, conheceu três títulos diferentes. Mas eram os mesmos colaboradores, a mesma tipografia, a mesma sede (então, o Círculo Católico, atual Casa de Retiros, na Estrada de Mangualde, hoje, Rua 5 de Outubro). Assim, o jornal diocesano chamou-se, sucessivamente, “A Folha” (1901-1911), “Folha de Viseu” (1911), “Correio da Beira” (1911-1919), “Defesa Social” (1919-1920) e “Jornal da Beira” (este, desde 1921 até ao presente, sem interrupção).

Diretores

Um homem, que não era de grande estatura, mas aguerrido, combativo, culto e simples, vinha desde há muito a sobressair no panorama do jornalismo viseense: o Cónego Dr. José de Almeida Correia, natural de Sequeiros (Couto de Cima – Viseu). A sua posição desassombrada contra as constantes arbitrariedades dos Governos de então valeu-lhe (e não só a ele) “férias atrás das grades”, em prisões criadas para o efeito. Mas nada o faz esmorecer. Assim, é colaborador de “A Folha”; segundo diretor de “Correio da Beira”, a seguir ao Cónego Mário Couto, que entretanto se ausentara para o Brasil; é fundador-diretor de “Defesa Social”; e é fundador-diretor de “Jornal da Beira”, durante o primeiro ano de vida deste semanário.

Em janeiro de 1922, porque entretanto fixara residência em Lisboa, onde passou a dirigir o Colégio Vasco da Gama, o Dr. Almeida Correia foi substituído no cargo por outro insigne polemista: o Cónego Inocêncio Peres Noronha Galvão, que veio a falecer em 19 de dezembro de 1937. No seu mandato (5 de Outubro de 1923), “Jornal da Beira”, com o decisivo apoio de D. António Alves Ferreira, então bispo de Viseu, passou da Rua 5 de Outubro (Círculo Católico) para a Rua Nunes de Carvalho, onde ainda presentemente se encontra.

Durante cerca de dois anos (1934-1936), o Cónego Galvão reparte a responsabilidade de direção com o ilustrado escritor, conferencista e historiador Dr. Alexandre de Lucena e Vale.

Por morte do Cónego Galvão, assume a direção de “Jornal da Beira” o Cónego Manuel Lopes Correia (1937-1954), prefeito e professor do Seminário Maior e Pároco da Freguesia Oriental cool phone casess20 phone caseelf bar where to buyphone case stores near mephone coveradditional hints de Viseu (hoje, S. José), que tinha sido um dos primeiros colaboradores de “A Folha”, já em 1889. Mas porque os seus trabalhos pastorais o impediam de dar a devida atenção ao jornal, o Pe. Lino de Sousa passou a ser, na realidade, o responsável do jornal.

Em dezembro de 1954, morre o Cónego Correia, vindo a substitui-lo outra figura muito culta e ilustre do clero viseense: o Cónego Dr. José Henriques Mouta, professor, historiador e polemista de raro mérito. Desempenhou as funções de Diretor desde 14 de janeiro de 1955 até à sua morte, em 16 de janeiro de 1978.

Sucede-lhe, sempre por nomeação episcopal, o Cónego e, mais tarde, Monsenhor Celso Tavares da Silva, figura prestigiada de sacerdote, arqueólogo, pensador e pedagogo, que assumiu funções em 23 de fevereiro de 1978.

A sua morte inesperada, ocorrida em 7 de junho de 1996, em Lisboa e na sequência de melindrosa intervenção cirúrgica, deixou mais uma vez vago o cargo de Diretor, lugar que viria a ser preenchido pelo Pe. José Fernandes Vieira, que há cerca de 30 anos vinha já desempenhando as funções de Chefe de Redação e Administrador do mesmo Jornal.

Em 11 de outubro de 2007 após 41 anos de devotado serviço, 11 dos quais como Diretor do Jornal, o Cónego Monsenhor José Fernandes Vieira passou o testemunho ao Pe. João Martins Marques.