“De facto, os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes”, diz o Senhor no evangelho.
E são tantas as desonestidades, tantos os esquemas para se aproveitar do outro, tantas as injustiças. E parece tão mais fácil entrar no mesmo rumo do que denunciar, fazer da mesma forma do que apontar falhas, ser desonesto com os demais do que procurar a justiça.
E a injustiça cria raízes na forma de ser sociedade de hoje. E a ideia de aproveitar oportunidades, sejam elas lícitas ou não, é tanto a forma de pensar e agir. Ainda que se afirmem graus diferentes nessa injustiça, “a dos tostões não é igual à dos milhões”, “a dos pequenos gestos não provoca guerras mundiais”, nada se faz para a vencer, para a contrariar, para procurar a verdade.
Recordava o profeta Amós: “faremos a medida mais pequena, aumentaremos o preço, arranjaremos balanças falsas. Compraremos os necessitados por dinheiro e os indigentes por um par de sandálias”. E são tantos os que não escutam a advertência do profeta e perpetuam este comprar os necessitados, aproveitando-se dos outros. Mas o profeta concluiu, recordando a atenção de Deus: “nunca esquecerei nenhuma das suas obras”.
Como Jesus conclui no evangelho: “não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.
E, aceitando o pedido de São Paulo a Timóteo: “quero, portanto, que os homens rezem em toda a parte, erguendo para o Céu as mãos santas, sem ira nem contenda”.